Chef Embaixadora do Senac RJ e especialista em Cozinha Brasileira, Teresa Corção, apresenta sugestões de boas práticas de sustentabilidade na cozinha. Dia Mundial da Gastronomia Sustentável é celebrado em 18 de junho.
Hábitos como como o uso das PANC – plantas comestíveis não convencionais, planejar o cardápio com antecedência e fazer pré-preparos de algumas bases e reaproveitar sobras em pratos criativos, minimizando custos, fazem parte da agenda básica dos adeptos da Gastronomia Sustentável. A preocupação com o consumo e a nutrição conscientes, em paralelo à questão ambiental, dão o tom deste movimento, cujo Dia Mundial, estabelecido pelo ONU, é celebrado em 18 de junho, que visa promover desenvolvimento agrícola, alimentação segura, nutrição, produção sustentável e conservação da biodiversidade.
A Chef Embaixadora do Senac RJ e especialista em Cozinha Brasileira, Teresa Corção, aponta o regionalismo também como uma tendência mundial da Gastronomia Sustentável. “O regionalismo consegue aliar frescor, sabor, sustentabilidade e saúde. Há uma tendência de valorização da gastronomia e produtos regionais, muito influenciada por um cansaço causado pela globalização e, ao mesmo tempo, um reconhecimento dos valores das próprias culturas. É um movimento de identidade gastronômica”, explica.
Neste processo, o consumidor pode mergulhar em um novo universo de sabores pouco explorados e conhecer a fundo a culinária brasileira. Teresa salienta que “as principais possibilidades são as descobertas de tantos produtos que, embora nossos, são grandes desconhecidos da população em geral. Um exemplo é o brasileiro, em geral, saber o que é o shoyo (molho de soja de origem asiática) e não conhecer o tucupi (molho de origem amazônica).”
A preocupação dos consumidores com a questão da sustentabilidade passa também pelos processos que o alimento percorre da terra até a prateleira, trazendo os vieses econômico e social à mesa. “As questões de logística também influenciam, já que a compra e abastecimento tem que ocorrer de forma prática e eficiente. Alguns produtores estão se preparando para isso e outros se associando a plataforma de vendas. O importante nesse último caso é saber de que forma o dinheiro será distribuído, com transparência, para que não se caia naquela mesma história de que a atividade gera renda para o produtor simplesmente porque está comprando dele. O comércio justo é fundamental e o maior aliado da sustentabilidade no meio ambiente”, finaliza Teresa.