Sambistas cariocas já pensam em San Luis 2016
O Carnaval de Río en San Luis definitivamente já faz parte do calendário dos sambistas brasileiros. Encantados com a receptividade dos hermanos argentinos, os grandes artistas da festa já pensam em voltar no próximo ano. O arrojado projeto da Gangazumba, que tem a Amebras e a Ami7 como parceiras, está em sua sexta edição, promovendo e unificando o intercâmbio cultural entre Brasil e Argentina, em três dias de muita folia.
“ A viagem é cansativa, mas a nossa maior recompensa é sempre o aplauso. Estar muito próximo da plateia e sentir a vibração das pessoas é o reconhecimento para o nosso esforço. Temos que falar também que o tratamento que nos dão, desde a hora que saímos do Rio de Janeiro, até a hora de voltar, é de primeira qualidade”, diz Igor Prazeres, um dos diretores de bateria da Grande Rio e que já participou de outras edições do evento.
Em sua primeira participação na folia brasileira em terras argentinas, mestre Rodney, da Beija-Flor, já anunciou que quer voltar mais vezes.
“Nunca fui tão bem tratado fora do meu país. As instalações, a comida, a preocupação com o nosso bem-estar são nítidas. A todo momento, recebemos a visita do pessoal da Ami7 querendo saber se precisamos de algo. Não tem como não ficar feliz”, diz o mestre de bateria.
Hospedagem e alimentação são preocupação constante
Envolvidos em uma logística de alta complexidade, a hospedagem dos sambistas é fator primordial para a equipe da AMI7. As instalações, escolhidas a dedo pelos representantes da empresa, são vistoriadas com antecedência para que possam alojar adequadamente os sambistas de cada agremiação.
“ Recebemos uma lista de locais disponíveis para a hospedagem e visitamos cada uma deles para saber as reais condições. Algumas escolas, que já participaram em outras edições acenam com um local de preferência, mas tudo depende do contingente que a agremiação envia. A bateria, por exemplo, tem que estar alojada em um local mais amplo, baianas e velha-guarda, em local mais acessível, por conta da idade. Os que se hospedam em lugares mais distantes, contam com um ônibus que sai uma vez ao dia para o centro de San Luis, para que possam passear”, diz Amauri Wanzeler, um dos diretores da AMI7.
A estrutura oferecida pela empresa, que é a responsável por toda a logística dos desfiles, inclui também a alimentação dos sambistas. Em alguns casos, o intercâmbio cultural entre os dois países chega às refeições.
“Sabemos que o feijão com arroz não faz parte da cultura dos argentinos. Como nossos sambistas têm a tradição de comer feijoada em suas festas, alguns dos locais permitem que se cozinhe. A feijoada acaba sendo mais um motivo para confraternizar. As baianas da Mocidade e da Imperatriz sempre se encarregam de preparar o prato. Este ano, a Beija-Flor também vai para a cozinha preparar o seu feijão”, diz Moreira, responsável pela comitiva da Beija-Flor.