“Lugar de chuva” será apresentado nesta quarta-feira (18/10) no Sesc São Gonçalo e na sexta-feira (20/10), no Sesc Niterói
NITERÓI/RJ – Amapá significa, em tupi-guarani, “lugar de chuva”. Esse é o nome do espetáculo que chega, nesta quarta-feira (18/10) ao Sesc Niterói e no sábado (20/10) ao Sesc São Gonçalo e vai apresentar a trajetória de dois viajantes pelo estado. A montagem traz uma visão sobre a Amazônia amapaense tanto do ponto de vista de quem é nativo, quanto do olhar de quem é de fora.
Produzido pelo coletivo amapaense Frêmito Teatro e o Agrupamento Cynétiko, de São Paulo, durante uma viagem a Macapá, única capital brasileira banhada pelo Rio Amazonas, o espetáculo reimagina, poética e cenicamente, lugares como a Fortaleza de São José, marco colonial da cidade, a Ilha de Santana, com sua floresta de samaúmas e o bairro do Araxá, com suas palafitas urbanas.
Em cena, se entremeiam reflexões sobre uma Amazônia atual, urbana, globalizada, com as questões que movimentam esse momento. Paralelo a isso, o espelhamento e estranhamento com a natureza, ancestralidades e tradições, buscando ir além dos estereótipos sobre a floresta enquanto um lugar inabitado e sem história.
Logo no início da peça, os atores Raphael Brito e Wellington Dias convidam o público a adentrar um barco imaginário, por onde a viagem inicia. A partir do jogo narrativo, no qual não há personagens fixos, eles vão conduzindo a imaginação do espectador por diversos locais reais e fictícios do Amapá.
O texto escrito por Ave Terrena, produzido a partir da sua vivência em Macapá, é definido pela autora como uma “dramaturgia cartográfica”, onde cada cena é uma ilha independente, mas que está em composição com o todo, apostando numa ousada mistura de fluxo narrativo e poético nas falas.
A peça também conta com projeções de vídeo, criadas pela paulista Luciana Ramin, exibindo imagens que foram registradas na cidade durante o processo de criação. O material bruto foi editado pela artista tendo como inspiração a estética da videoarte, em que ela busca reimaginar as paisagens amapaenses a partir de um viés mais poético e menos documental.
O cenário do espetáculo é minimalista, composto de peças compactas e modulares que podem se adaptar a diferentes espaços, permitindo assim, que a peça seja viajante assim como seus narradores. A proposta da cenógrafa Daniele Desierrê foi compor com diferentes elementos visuais, táteis e olfativos que fazem parte do modo de vida na Amazônia, tendo em conta o fluxo contínuo entre a cidade e a floresta.
A concepção geral do projeto é do diretor e produtor amapaense Otávio Oscar, que deu início à proposta assumindo o desafio de repensar, através do teatro, o lugar da identidade e da cultura amazônicas, que agora não são mais definidas apenas pelas tradições e ancestralidades, mas também por essa nova faceta globalizada que é a Amazônia urbana.
SERVIÇO
Espetáculo “Lugar de chuva”
Quarta-feira, 18/10, às 19h
Sesc São Gonçalo (Av. Pres. Kennedy, 755 – Estrela do Norte)
Sexta-feira, 20/10, às 19h
Sesc Niterói (R. Padre Anchieta, 56 – São Domingos)
Classificação: 14 anos
Ingressos: R$ 10 (inteira), R$ 5 (meia) e grátis (credencial plena Sesc e público cadastrado no PCG)