DANÇAR (NÃO) É PRECISO

Espetáculo de dança “Dançar (não) é preciso” chega aos palcos da unidades Sesc Niterói

DANÇAR (NÃO) É PRECISO

Espetáculo de dança “Dançar (não) é preciso” chega aos palcos da unidades Sesc Niterói

Construção e experiência das intensidades espaço-temporais pautadas pelo fluxo contínuo de movimento é a principal proposta de ‘Dançar (não) é preciso’, espetáculo de dança chega ao palco do Sesc Niterói a partir no dia 22 de setembro.  

Nesta criação, cujo título parafraseia o célebre poema do português Fernando Pessoa (1888-1935), o diálogo outrora realizado com a literatura cede lugar agora à conversa com a pintura, nomeadamente a do americano Jackson Pollock (1912-1956).

A pintura provoca a coreografia de Esther a se iniciar de outro lugar: reimaginar o espaço-tempo do corpo “não como um lugar no qual reproduzir, analisar ou expressar um objeto, mas como uma arena na qual agir”, tal como Harold Rosenberg dizia das telas de Pollock.

A chave do diálogo está na ambígua palavra “preciso” presente no nome da peça. Não exatamente a precisão do que é regular ou metrificado, mas do que é rigorosamente inevitável, urgente e, portanto, necessário à vivência dos estados de corpo correspondentes. “Dispensar a representação em favor de atuá-la no movimento corporal. A ação torna-se a sua própria representação”, e isto é Rosenberg mais uma vez.

A palavra “não” que antecede o “preciso” do título responde pelo interesse na ação em movimento dos cinco jovens intérpretes: dançar não é exato (e isto é um elogio); dançar é necessário. Que não se enganem, entretanto, os rápidos e incautos com a ambiguidade nele suposta. Neste ponto, Esther é taxativa: dançar é sim imprescindível. Talvez porque estejam Dandara Patroclo, Fagner Santos, João Mandarino, Julia Gil e Pedro Quaresma, cada qual com sua dança, parafraseando às avessas o grande poeta português: dançar não é preciso, viver é preciso.

A busca pelas volutas espaciais e pelo fluxo contínuo de movimento tenta responder às intensidades presentes no trabalho do pintor norte-americano, para poder “gritar como gritam as cores de seus quadros. Ali há voz, há fala e é pro mundo”, diz a coreógrafa. Ali há estesia de dança: uma escrita dos rastros dos movimentos do pintor no manejo contraditoriamente irregular e preciso de sua drip painting: pingada, gotejada, estoqueada, pontilhada, escorrida, chicoteada, lançada, emaranhada.

Espetáculo de Dança Contemporânea
Classificação indicativa: Livre
Tempo de Duração: 50 min
VALOR: R$20 (Inteira), R$10 (Meia) e 5 (Associado Sesc)
CLASSIFICAÇÃO: 10 anos
Sesc Niterói | 22/9 | 19h

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