Especialista em Segurança Pública analisa a Intervenção Federal na segurança pública no estado do Rio
O Estado do Rio foi surpreendido há alguns dias pelo decreto de intervenção federal na Segurança Pública, e juntamente com a assinatura do decreto uma onda de esperança pairou sobre o imaginário da população, que não suporta mais o caos vivido no dia a dia da cidade maravilhosa e região metropolitana.
Porém, após alguns dias passados, as tão esperadas medidas e mudanças ainda não começaram a ser implementadas para o controle da criminalidade e aumento da segurança, principalmente nas dezenas de áreas de risco que hoje situam a cidade do Rio de Janeiro.
Misteriosamente o Interventor, a quem cabe o planejamento e execução das medidas e o Governo da Segurança Pública no Estado, sobrepondo inclusive o Governador, não se manifesta publicamente desde então. E diante de tal omissão, diante do silêncio quase sepulcral, e diante da postura do Interventor que insiste em ficar aquartelado e protegido na sede do Comando Militar do Leste, sem sequer se manifestar sobre as últimas mortes de policiais e de um militar do exército que compõe a sua tropa, a sociedade organizada começa a questionar sobre os resultados práticos da intervenção.
Estranhamente o Interventor não se prontificou a visitar a sede do Comando Geral da Polícia Militar, a Sede da secretaria de Segurança Pública, a cidade da polícia ou até mesmo o quartel central do Corpo de Bombeiros, permanecendo ilhado em sua zona de conforto dentro do majestoso palácio Duque de Caxias.
Nenhum cargo da Estrutura foi alterado, ninguém foi exonerado ou nomeado para qualquer função e nenhuma medida para garantir a Governabilidade e estabelecer a cadeia de Comando foi tomada até então.
E por mais estranho que pareça, as operações da polícia Estadual nas áreas de risco continuam acontecendo a sombra do Interventor e provavelmente sem a ciência do mesmo que ora se coloca em um patamar inacessível aos Comandantes, Delegados e Agentes públicos da Segurança, envolto na áurea de Planejador da Segurança e portanto segundo suas próprias razões e justificativas sem a necessidade de sequer falar com a imprensa, impondo um tenebroso toque de silêncio que infelizmente a sociedade de nosso estado já se acostumou, devido a postura dos tantos outros que já ocuparam o Comando da Segurança Pública do Rio de Janeiro.
Cabe ao cidadão agora esperar e acreditar cegamente no pretenso planejamento, e enquanto isso colocar suas vidas em risco nas perigosas ruas e avenidas da cidade, pois o cidadão comum não tem exército, não tem quartel e não tem como prover a defesa de sua família, ficando no ar a seguinte questão: Procura-se o Interventor!
Prof. José Ricardo Rocha Bandeira
Especialista em Segurança Publica
Presidente do Instituto de Criminalística e Ciências
Policiais da América Latina